6 de fevereiro de 2013

Barganhas Faraônicas


                                 

                                        


  Estavam à frente do palácio do faraó, todos do alto escalão e servos do Deus Sol estavam lá para dar aquela “forcinha” nas negociações, até José fechou sua lojinha de interpretação de sonhos e foi dar sua humilde opinião a respeito. Os Deuses desceram como na hora prevista - eram muito pontuais os filhos da mãe- e sem mais cerimonias com exceção das oferendas em ouro e virgens costumeira de todas as visitas adentraram no templo para a grande reunião.

- Bem meu caro faraó Tut...sei lá o que... é o IV ou V esse ai?

- Creio que já sou o VII meu senhor.

- Meu eu! Como essa gente morre rápido! Então... Como todos já sabem estamos aqui para fechar a nova negociação entre a terra e os Deuses.

- Sim grande Rá e esperamos que em sua grandeza possa nos dar um pouco mais de crédito dessa vez e...

- Sem mimimi Tut... vá direto ao ponto! Que bobagem vocês anseiam desta vez?

- Veja bem meu senhor, o povo precisa de liderança e fé cega para me servir e mantermos assim o status da hierarquia atual... Vamos chama-lo de “status Quo” em homenagem a minha gata Quortenemis, ok? Sendo assim peço nova tecnologia e conhecimento nos sejam transferidos para tocarmos um humilde projeto meu.

- Sei... E qual seria esse projeto? Deve ser tão brilhante como o parque aquático que seu bisavô pediu – e em pleno deserto – para passar o veraneio. Ou talvez outra estatua  estranha com corpo de um e cabeça de outro como fez seu Tetravô, o que vai ser dessa vez corpo de jacaré e cabeça de elefante?

- Apesar de serem excelentes ideias, não quero copiar meus ancestrais grande Rá...

- Enfim alguém com cabeça nesse planeta de fanáticos! Diga-me o que mandas o da sainha.

- Eu planejo construir um tumulo para mim, meu filho e o filho de meu filho.

- Só isso! Três túmulos bobocas?  Isso é Muito simples... dessa vez vou até extorqui-los um pouco menos.

- Grato por sua bondade ó Grande, aqui esta um pequeno esboço feito por um de meus engenheiros... Perdoe a grosseria é que o jovem Niemeyer é apenas um estudante da academia de Osíris.

- Que droga é essa? Isso tudo é pra ser feito de pedra?

- Sim meu senhor, as chamamos de “Pirâmides”!

- Então deixa ver se entende, em troca da escravidão e alienação do seu povo, sem contar o seu ouro, prata e virgens gatinhas, você quer a tecnologia pra construir três prédios pontudos em cima dos cadáveres de sua família?

- Vendo por esse angulo parece estupidez, mais é isso mesmo.

- Puta que pariu! Vá entender essa raça, gostava mais dos australopitecos, então está feito! Você terá sua tumba e eu continuo com todas as riquezas de seu povo e sua  adoração e claro.

- Sem duvida Grande Rá, é sempre bom fazer negócios com o senhor!

- Aliás, como dessa vez é seu povo que vai construir esses elefantes brancos...

- Pirâmides senhor... Se chamam Pirâmides...

-Tanto faz...se eles vão construir vou dar de brinde alguma coisa pra eles também. Só para o povo ter alguma vantagem, sirva isso ao povo enquanto eles trabalham, vai ajudar coma a dor das chicotadas e a superar as esposas mocreias...mais não vai se acostumando!

- Que o senhor se abençoe ó grande, qual o nome dessa bebida?

- De o nome que quiser! você que é o cara dos nomes afinal... Volto em dez anos para coletar as oferendas.

- Fico honrado em escolher um ó rei dos reis!

- Aliás Posso ficar com esse esboço? Vou visitar alguns fanáticos na América e na índia e gostaria de sugerir a ideia pra eles também! Mais não se preocupe faremos algumas modificações para evitar processos de plágio.

-Seja feira sua vontade Senhor do Universo!

- Caralho! Quanta pompa e Tralala! Você já vendeu seu peixe pode parar de puxar meu saco...Adeus seu mamão!

A sala ficou subitamente vazia, com exceção do faraó, José e o jovem e empolgado Niemeyer.

- Como vamos chama-la senhor?

- Acho que vou chamar de cerveja! O que achas José?

- È um bom nome ó grande rei.

- Eu prefiro wisk!

-Calado Niemeyer! E comesse logo esse projeto, não tenho a eternidade como tu...



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