10 de março de 2011

Jânio Quadros



Jânio da Silva Quadros nasceu no dia 25 de Janeiro de 1917, em Campo Grande (MS). Mudou-se para São Paulo na década de 30 e formou-se em direito, ingressando posteriormente na carreira política em 1947, quando se elegeu vereador. Depois foi deputado estadual em 1950, prefeito em 1953 e governador em 1954 (no caso ele abandonou o cargo de prefeito para concorrer às eleições de governador).



Em 3 de Outubro de 1960 foi eleito presidente, para o mandato de 1961 a 1966. No entanto, forças ocultas o derrubaram da presidência. Assim sendo, esta foi uma imagem marcante em sua gestão; e pode-se dizer que simbolizava bem o momento político do país naquele período. A fotografia foi tirada pelo fotógrafo Erno Schneider (do Jornal Brasil) em 1961, durante uma visita de Jânio à cidade de Uruguaiana, para um encontro com o então presidente argentino Arturo Frondizi.
Jânio com os pés enviesados, não sabia para onde ir, ou se ficava ali mesmo. Tal foto venceu o Prêmio Esso de jornalismo em 1962.


Erno Schneider
A descrição deste acontecimento pelo fotógrafo


“Enquanto o Jânio ia encontrar o Frondizi na ponte, no meio da ponte, eu resolvi ir a pé. Eu tava andando, acompanhando ele do lado. De repente, deu um tumulto. Um tumulto muito grande. O Jânio levou um susto e se virou. Na hora eu vi que ele tava todo estranho, todo torto. Eu senti que tinha uma foto diferente. Aí eu fiz o click. Foi um só também” (dito numa entrevista ao Fantástico em 2002).


O político usava a vassoura como símbolo, para "varrer a bandalheira" do Brasil

Meses depois do ocorrido, em 21 de Agosto do mesmo ano, Jânio assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais, a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, ministros militares o pressionaram a renunciar. E surgiu a expressão “Forças terríveis se levantaram contra mim”.


Carta renúncia de Jânio Quadros.

"Ao Congresso Nacional. Nesta data, e por este instrumento, deixando com o Ministro da Justiça, as razões de meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República. Brasília, 25.8.61."
Especula-se que Jânio estaria convicto de que com este gesto, surgiriam fortes manifestações populares contra a sua renuncia, com o povo clamando nas ruas por sua volta ao poder. Por esta razão Jânio ficou horas aguardando este fato, dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo.
Mas o seu intuito não contava com um possível arranjo, nos bastidores da política, para impedir que a população soubesse em que local ele estaria nos momentos finais de seu mandato, após a divulgação de sua carta de renúncia.

Jânio Quadros alegou a pressão de "forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, forças que nunca chegou a identificar. A rádio jornal daquela época, o Repórter Esso, usou o termo “forças ocultas”, termo este que Jânio não empregou mas que entrou para a história do Brasil.



Com a ditadura, perdeu seus direitos políticos, vindo a retornar a vida pública no final dos anos de 1970. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo PTB numa vitória inimaginável, contrariando as pesquisas do Datafolha a indicar que seu adversário, Fernando Henrique Cardoso, venceria. Tamanha era a certeza que o próprio candidato chegou a posar para fotos na cadeira de prefeito, na véspera das eleições.


Tal fato levou Jânio a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: "Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram"

Um fato que contribuiu para sua derrota viera em um debate, onde Boris Casoy perguntara a ele se acreditava em Deus, e Fernando Henrique titubeou, dizendo ter combinado com o jornalista de que esta pergunta não seria feita, sendo de fórum intimo (tal ato respondeu por si só a pergunta do jornalista). Isto foi um prato cheio para manchar sua campanha, servindo para mobilizar os conservadores a favor de Jânio.

Jânio Quadros (1917 - 1992)

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